Ano/série
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8° ANO – Ensino Fundamental
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Objeto de estudo:
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Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem
econômica mundial
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Habilidades:
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(EF08GE28*) Identificar fatos, dados, situações e/ou fenômenos do
processo de globalização e avaliar as diferentes manifestações culturais,
políticas, econômicas, ambientais e sociais, em diferentes lugares; (EF08GE06)
Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração
cultural e econômica, em especial nos continentes americano e africano,
reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos; (EF08GE07)
Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da
ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional e discutir a
sua posição de liderança global e a relação com os países que integram o
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em especial com o
Brasil e a China; (EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países
da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem
mundial do pós-guerra.
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Tempo de estudo:
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4 aulas por semana
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Momento 1
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Leitura
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Momento 2
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Exercícios
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Momento 3
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Trabalho de pesquisa
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O processo de globalização a
partir da Guerra Fria
Durante a Guerra Fria, não houve
uma guerra direta entra os Estados Unidos e a URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas). No entanto, essas potências influenciaram e
financiaram conflitos, ditaduras militares ou guerras civis em vários países aos
quais eles participaram ativamente. Foram as chamadas guerras indiretas entre
as potências. Veja alguns exemplos desse tipo de enfrentamento no continente
asiático:
·
Guerra da Coreia (1950-1953);
·
Guerra do Vietnã (1964-1975);
·
Guerra do Afeganistão (1979-1989).
Com o fim da Guerra Fria, o sistema
capitalista prevaleceu em meio ao processo de globalização. Países asiáticos
que se voltaram para a economia de mercado e passaram a produzir produtos
industrializados e tecnológicos para todo o mundo.
A partir da década de 1960
passaram a surgir os “Tigres Asiáticos” (Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e
Taiwan), que se destacaram no processo de industrialização marcado pela
agilidade administrativa, pela competitividade, pela participação crescente no
mercado internacional e por uma política agressiva de exportações. Com exceção
da Coreia do Sul, esses países tinham um mercado interno reduzido e não
possuíam recursos minerais, diferentemente do outros países de menor
desenvolvimento econômico da América Latina, que se industrializaram nesse
período.
Também de modo diferente dos
países latino-americanos, os Tigres Asiáticos apoiaram-se em uma
industrialização orientada para a exportação. As multinacionais que se
instalaram nesses países, e mesmo as empresas nacionais, tinham como objetivo
principal o mercado externo, esse modelo foi ampliado para China, Vietnã,
Malásia, Indonésia e outros. Se o modelo de substituição da importação destacou
a participação de investimentos estadunidense e europeu, no de industrialização
para a exportação a principal fonte de investimentos o Japão.
Embora cada Tigre tenha traçado seu
modelo de desenvolvimento industrial, o crescimento econômico desse conjunto de
países alicerçou-se na associação entre a empresas privadas e o governo. Este
garantiu proteção às empresas nacionais por meio de impostos, criou mecanismos
legais de incentivo a exportação e investimentos estrangeiros, providenciou a
infraestrutura necessária (transporte, comunicação e energia) e investiu
altamente em educação.
Também forma criadas as Zonas de
Processamento de Exportações (ZPEs). Cingapura, Hong Kong, e Taiwan adotaram
uma política de incentivos para atrair as indústrias multinacionais,
responsáveis pelos investimentos diretos na produção. Depois, o crescimento das
ZPEs foi apoiado pelas próprias empresas.
Os Tigres Asiáticos priorizaram a
instalação de empresas de produtos de alta tecnologia, como componentes de
computadores e microeletrônicos, elevando os salários para se livrar das
indústrias estrangeiras que fabricavam produtos de tecnologia pouco avançada e
se instalaram em seu território em razão da mão de obra barata.
A Rússia na Economia Global
Com o fim da URSS (União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas) em 1991, formam-se 15 países independentes
(Comunidade dos Estados Independentes – CEI), assim a Rússia perde influência
em vários países e passa a enfrentar uma difícil transição de uma economia
socialista para capitalista, seguido de conflitos separatistas, crise econômica
e política. Porém, retomou o seu crescimento econômico em função do aumento do
preço do petróleo e gás.
Em 1998, por possuir um grande
poder político-militar, a Rússia ingressa no G8, grupo formado pelos países
mais ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido,
Itália, Canadá e Rússia), isso porque a Rússia ainda é considerada uma
superpotência na produção de petróleo e gás em uma região estratégica para a
geopolítica mundial, como ilustra o mapa a seguir:
Fonte: brasilsoberanoelivre.blogspot.com
Como mostra o mapa, os europeus
dependem da Rússia para o fornecimento de gás, fonte energética fundamental
para as atividades econômicas e aquecimento de residências no inverno. Essa
situação deixa a Europa vulnerável na sua relação com a Rússia. Além disso, a
Rússia tem acordos militares com a China, Irã, Síria e Coreia do Norte, países
contrários as ordens políticas e econômicas dos países ocidentais, como Estados
Unidos.
BRICS
O BRICS é um agrupamento de
países em desenvolvimento com destaque no cenário mundial em relação ao seu
desenvolvimento econômico e participação no mercado global. Trata-se de uma
sigla que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, até que, em 14 de abril de 2011,
o "S" acrescido foi resultado da entrada da África do Sul (do inglês:
South Africa) ao grupo. Esse grupo não é um bloco econômico, mas uma aliança política
que busca destaque no seu crescente poder econômico e relação a outros países,
com o objetivo de atingir maior influência geopolítica.
Em 2009, foi a primeira reunião
do BRIC, com a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, Dmitry Medvedev, Manmohan
Singh e Hu Jintao, os respectivos líderes do Brasil, Rússia, Índia e China,
todos presentes. O foco reunião estava era de melhorar a situação econômica
global e reformar a instituição financeira além de discutir como os quatro
países podem se ajudar no futuro. Houve mais discussões sobre maneiras pelas
quais países em desenvolvimento podem se envolver nos assuntos globais.
Crises econômicas
internacionais
O sistema capitalista
caracteriza-se pela sucessão de períodos de crescimento, seguidos de períodos
de recessão, ou seja, crises econômicas. No decorrer dos períodos de
crescimento, há também um aumento do consumo, da facilidade de obter
empréstimo, da valorização de ações das empresas e valorização da moeda
nacional.
Durante a recessão, no entanto,
há a redução do consumo e produção. As causas das crises econômicas nacionais e
internacionais podem ser geradas por guerras, pandemias, especulação exagerada
na bolsa de valores, crise política, falência de bancos e grandes empresas,
sobrevalorização de imóveis e produção acima da capacidade de consumo. Esse
contexto gera incertezas quanto às possibilidades de manutenção do emprego,
pagamento das dívidas e a obtenção de crédito para novos financiamentos, o gera
uma crise econômica. As oscilações do sistema capitalista podem ter curta
duração, como as variações das bolsas de valores, ou estender-se por períodos
mais longo, como meses e anos.
Com a internacionalização da
economia, as crises que atingem as grandes potências econômicas podem ser
estender por todo o globo e afetar, indiretamente, as economias nacionais. Como
podemos ver no quadro a seguir, as consequências de crises globais que
interferiram no Brasil:
Em países em desenvolvimento como
o Brasil, foi criado pelo marcado financeiro uma classificação de risco que
corresponde uma nota dada a uma país ou empresa, de acordo com a sua capacidade
para horar dívidas e pagar os seus compromissos financeiros. Existem três
agências classificação, Standard & Poor´s, Moody´s e Fitch, elas
classificam os países em grau de investimentos e grau de calote, como mostra a
figura a seguir:
Em situação de crise profunda, o país pode recorrer ao FMI
(Fundo Monetário Internacional), mas tem que obedecer as regras desse Fundo
para assim conseguir os empréstimos. Um país que deve ao FMI precisa prestar
contas de como está administrando a sua economia e ações que devem ser tomadas
para recuperar a economia, como:
·
Corte de gastos públicos;
·
Redução da inflação;
·
Estabilidade monetária;
·
Privatização de estatais;
Como na maioria das vezes essas exigências são incompatíveis
com um verdadeiro crescimento do país, as economias dependentes do FMI
atravessam duras fases de recessão, desigualdade social, desemprego e queda do
poder aquisitivo da população. Durante muitos anos o Brasil teve dívidas com o
FMI (criadas pela Ditatura Militar), mas em dezembro de 2005 no governo Lula, o
Brasil saldou a sua dívida com o Fundo. Em 2009, o país se converteu em credor
do FMI para ajudar a economia mundial em crise, oferendo 10 bilhões de dólares
e troca de mais direitos de voto na instituição.
Exercícios
1) Como os “Tigres Asiáticos” desenvolveram a sua economia
voltada para exportação? Em que investiram?
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2) Quais países fazem parte do BRICS? O que foi discutido em
sua primeira reunião?
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3) Explique por que a Rússia tem grande importância na nova
ordem geopolítica mundial?
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4) Cite três crises econômicas mundiais que trouxe
consequências para o Brasil. Explique cada uma delas.
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5) Pesquise quais são os quadros países em desenvolvimento
que passaram a integrar os dez maiores cotistas do FMI e qual é o nome da
organização composta por essas nações.
Avaliação
1) Aponte uma característica do FMI
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2) Explique o é uma avaliação de risco de um país.
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3) Por que os recursos energéticos são tão importantes para
a Rússia?
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4) Em que momento o Brasil pagou a sua dívida com o FMI?
Explique como ficou o Brasil nesse momento.
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5) Explique o que foi a Crise no Petróleo e quais foram as
suas consequências para o Brasil.
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