quinta-feira, 26 de março de 2020

Filosofia 2 ano


Ética, Moral e Autonomia no pensamento de Carolina Maria de Jesus
 O estudante que tiver acesso poderá ver o plano de aula no endereço abaixo.
Deverá entregar apenas o que foi orientado nesta proposta.
Conteúdos
– Conceito geral de ética, moral e autonomia
– Aspectos éticos e morais engendrados nos registros de Carolina Maria de Jesus
– Interpretações possíveis da ética proposta pela filosofia de Carolina
Objetivos
– Apresentar o contexto e época em que se desenvolvem as reflexões de Carolina
– Expor aspectos éticos e morais de Carolina Maria de Jesus
– Pensar sobre a importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento ético e moral da autonomia de um(a) cidadão(ã)

1ª Etapa: Apresentação do contexto em que se desenvolvem as reflexões de Carolina Maria de Jesus

 Breve contexto histórico, político e social da época (1950 a 1960).
Características que marcaram os ramos da urbanização
Durante este período histórico houve um aumento considerável da população urbana do país, através da migração das populações rurais para as cidades. O êxodo rural ocorre também em decorrência de um processo de industrialização brasileira, como parte da política desenvolvimentista do presidente da época, Juscelino Kubitschek. As populações chegam às cidades sem que estas promovam estrutura para recebê-las, aumentando bastante as comunidades marginalizadas socialmente. Na economia acontece um acúmulo de reservas cambiais, devido a ampla valorização das matérias primas nacionais.
Obs. : O estudante poderá ver fotos de Carolina Maria de Jesus no site proposto anteriormente e assistir a o vídeo

2ª Etapa: Ética, moral e autonomia – como a leitura e a escrita podem auxiliar em seu desenvolvimento.

 

Para a sequência da aula os estudantes deverão pesquisar e anotar no caderno os conceitos filosóficos: ética, moral e autonomia.

Responda:  Ler e escrever ajudam no desenvolvimento ético, moral e na autonomia de um(a) cidadão(ã)? Exemplifique.

3ª Etapa: Conhecendo a escritora

Biografia de Carolina Maria de Jesus.
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento – MG, em 1914. Permaneceu em sua cidade natal até sua adolescência. Estudou em um colégio espírita com um programa que dava acesso às crianças das comunidades próximas, facilitando seu contato com a leitura. Porém, como era pobre e precisava trabalhar, estudou por apenas dois anos. Voltou a ter contato com a leitura em meados de 1947, já vivendo em São Paulo, na favela de Canindé.  Trabalhou como diarista, mas por pouco tempo. Passou a maior parte de sua vida catando material reciclável para sobreviver.
Mesmo com uma vida miserável, Carolina nunca deixou de escrever, e assim era conhecida na favela onde morava. Os moradores da comunidade a chamavam de escritora e tinham medo de falar algo que ela não gostasse, pois sabiam que seus nomes estariam em seu diário. E foi a partir disso que sua vida teve uma reviravolta. O jornalista Audálio Dantas percebeu o potencial literário dos diários, e o livro “Quarto de Despejo – Diário de uma favelada” foi o maior sucesso nos anos 1960. Sendo traduzido em quatorze línguas e tornando-se um dos livros brasileiros mais reconhecidos no exterior.
A escritora tinha um olhar muito crítico sobre qualquer assunto, principalmente no que se referia à política. Em seu segundo livro, “Casa de Alvenaria”, relatou o outro lado da moeda, a vida com a “fama”, e não obteve o mesmo reconhecimento de sua primeira obra. Com esse fracasso no segundo livro, Carolina voltou à miséria e ao cotidiano de catadora de materiais recicláveis. Ela morreu com 62 anos, em 13 de fevereiro de 1977, em seu sítio, localizado na zona sul de São Paulo.
30 de maio de 1958
“…Troquei a Vera e saímos. Ia pensando: Será que Deus vai ter pena de mim? Será que eu arranjo dinheiro hoje? Será que Deus sabe que existe as favelas e que os favelados passam fome?
… O José Carlos chegou com uma sacola de biscoitos que catou no lixo. Quando eu vejo eles comendo as coisas do lixo penso: E se tiver veneno? É que as crianças não suporta a fome. Os biscoitos estavam gostosos. Eu comi pensando naquele provérbio: quem entra na dança deve dançar. E como eu também tenho fome, devo comer.
Chegaram novas pessoas para a favela.  Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensassem na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir os zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O único perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga. ”
-Pensar os aspectos éticos e morais nesse contexto – reflexão sobre a fome, a necessidade de moradia e o belo. (Elaborar em forma de poesia \ para entregar)

4ª Etapa: Leitura dos excertos e a relação com os conceitos filosóficos

Continuar a leitura de trechos do livro,   perceber a relação dos trechos com os conceitos de ética, moral e autonomia.
7 de junho de 1958
“Os meninos tomaram café e foram a aula. Eles estão alegres porque hoje teve café. Só quem passa fome é que dá valor a comida.
Eu e Vera fomos catar papel. Passei no Frigorifico para pegar lingüiça. Contei 9 mulheres na fila. Eu tenho mania de observar tudo, contar tudo, marcar os fatos.
Encontrei muito papel nas ruas. Ganhei 20 cruzeiros. Fui no bar tomar uma média. Uma para mim e outra para a Vera. Gastei 11 cruzeiros. Fiquei catando papel até as 11 e meia. Ganhei 50 cruzeiros.
… Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil porque eu lia a Historia do Brasil e ficava sabendo que existia guerra. Só lia os nomes masculinos como defensor da pátria. Então eu dizia para a minha mãe:
– Porque a senhora não faz eu virar homem?
Ela dizia:
– Se você passar por debaixo do arco-íris você vira homem.
Quando o arco-íris surgia eu ia correndo na sua direção. Mas o arco-íris estava sempre distanciando. Igual os políticos distantes do povo. Eu cansava e sentava. Depois começava a chorar. Mas o povo não deve cansar. Não deve chorar. Deve lutar para melhorar o Brasil para os nossos filhos não sofrer o que estamos sofrendo. Eu voltava e dizia para a mamãe:
– O arco-íris foge de mim.
… Nós somos pobres, viemos para as margens do rio. As margens do rio são os lugares do lixo e dos marginais. Gente da favela é considerado marginais. Não mais se vê os corvos voando as margens do rio, perto dos lixos. Os homens desempregados substituíram os corvos. (…)”
JESUS, Carolina Maria de, Quarto de despejo: diário de uma favela. 1º ed. São Paulo: Abril, 2013. (Quem interessar procure o livro em PDF)
Para refletir:
Carolina Maria de Jesus expressa que quem tem poder são os homens e apresenta a vontade de ser homem para exercer esse poder. Aqui, um ponto a ser pensado sobre autonomia. Além disso, considera que o comportamento do povo pode fazer e faz mudanças políticas.

Qual a importância da leitura e da escrita na vida de Carolina Maria de Jesus? E na sua? Qual a relação do texto com a realidade brasileira atual? Desenvolver uma narrativa com suas reflexões. (entregar)

Obs.: As atividades a serem entregues podem ser digitadas ou manuscritas.  

 


Um comentário:

  1. Olá estudante, espero te esteja bem.
    Após fazer as atividades, querendo e podendo.
    Tire foto e mande para o watssp (11)96175-2912
    Profa. Lucilia.

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